Não são uma banda de rock, mas andaram em limosines e tiveram groupis
como para esconder atrás dos micros (embora ainda não o fizeram). Não se
foram, e se animam para sonhar com uma grande reunião, acorde com a
moda das turnês de reencontro.
“Se voltamos, obvio que o imagino em um estádio para duzentas mil
pessoas”, disse “Nico” Riera (27), o galancete que compartilha vida e
profissão com sua companheira (e a mais chamativa no team) Rochi
Igarzábal (23), da que se apaixonou em meio a rodagem de Dulce Amor.
Nada estranho para os Teens, que desde 2007, quando começaram,
compartilharam música e amor dentro do grupo. Agora, já mais grandinhos,
podem refletir diferente.
Como Lali Espósito (21), que lembra o insano que foi compartilhar elenco
e intimidade com Peter Lanzani (22): “Crescer com um namoro público foi
uma loucura. Mas me ensinou a cuidar de minhas relações”.
A garota que no ano que ven atuará junto a Adrián Suar e Nati Oreiro no
novo projeto de Pol-Ka o tem claro: “obvio que me oprimiu viver uma
história com dez mil pessoas. Inclusive as pessoas nos pediam que
seguíssemos namorando e geraxa mais confusão”.
O desfrutaram, o viveram a full, compraram casas, ajudaram suas
familias, e escolheram (com vocação!) perder o que qualquer adolescente.
Ou ganhar o sonho que insones cada noite a tantos de seus fãs.
O ÚLTIMO ADIOS
No camarim do Orfeo de Córdoba disseram obrigado pela última vez.
Asseguraram que não houve nostalgia, porque dizem adeus de comum acordo
para encarar seus próprios caminhos. Mas se confessaram orgulhosos por
tudo que conseguiram.
“Foi como um flash ver até onde havíamos chegado”, disse Nico, que
acredita que o grande hit do nada “é sonhar cousas que depois se
cumprem”. Lali, que assegura que os Teens lhe deram tudo (Incluindo casa
aos vinte!) o coloca assim: “Estar com os Teens é assim: pode ser bom
condutor ou não, mas te deram uma Ferrari. Sempre vou estar agradecida a
Cris Morena e a Gustabo Yankelevich”.
“O último show foi todo um presente para nós. Nos agradecemos abraçados e
só deixamos fluir a energia”, revela Rochi, que dispara entre risos que
o final foi sem nenhuma Yoko Ono por meio.
CAPÍTULOS IMBORRÁVEIS
Se Lanzani escrevesse uma biografia dos teens incluiria os
cumprimentos de professora primária de Rochi: “Olá, meus pequenos”.
Embora todos coincidem em que o mais ousado é quando o próprio Peter
perdeu um dente no palco, e cada vez que se dava volta, mostrava a seus
companheiros a ausência de uma paleta.
Outros grandes ridículos no palco? “Fiquei pendurada em um arnês e viram
todo o meu bumbum”, ri Lali, enquanto o mais velho do grupo, Gastón
Dalmau (28, a horas de viajar para Nova York para estudar música)
rememora: “O mais divertido que vivi foi quando caiu minha calça e
fiquei de cueca no palco. Fui correndo morrendo de rir”.
Outro danificado em cena, que recorda entre risos, é Nico, que terminou
com um tacaço no nariz após uma patada de Peter. “Continuei cantando e
tudo. Mas quando olhei tinha toda a camisa cheia de sangue. Havia
quebrado o nariz em quatro partes e terminei no hospital”.
Isso sim, nunca lhes passou o de Justin Bieber, que terminou vomitando
no palco após tomar leite em mal estado. “E isso que os meninos eram
capazes de cravar um hambúrguer minutos antes”, confessa Dalmau, que
brinca com um possível título: “Sempre fui muito saudável. Tudo sempre
sem álcool” .
A BALANÇA
O que ganharam e o que perderam neste caminho de seis anos onde alguns
conseguiram a maior idade, outros se apaixonaram, outros descobriram seu
amor pela música e que o levante é puro conto?
“Perder não perdi nada. Claro que deixei o rugby, sai, mas incorporei nada menos que trabalhar do que me fascina”, lança Peter.
“Isso de que perdi a viagem de formandos, não conta”, diz Lali, que
assegura tê-lo feito por escolha. E que embora sua vida seja diferente à
de qualquer adolescente de sua idade, é difícil fazer um equilíbrio.
“Acho que sempre fiz escolhas que me trouxeram felicidade”, revela, como
uma sorte de equação que sempre a acompanhou.
Igarzábal, assegura, aprendeu muito. Na balança de perdida não há nada.
“aprendi a não me envolver, não deixar de ser o que sou verdadeiramente
em nome do trabalho e do ambiente”, adverte a namorada de Nico, que não
presta atenção “ao ruído do que comentam” e confessa que não lhe pesa
sua relação.
“Isto que nos passou, não passa a qualquer um”, disse Gastón, que não
está seguro se vai pegar a nostalgia mais adiante. “Vida de garoto
normal, tive muito”, disse Nico, que entrou aos Teen com 21 anos, e
lidou com a exposição como nenhum outro. Incluindo o romance mediático
com Silvina Escudero: “Não o vivi com pressão. E o Bailando me fez que
me reconheça mais gente na rua, nada mais”.
OS PRECONCEITOS
Que um Teen aterrice em outro elenco ou saia da bolha de Cris parece que
é um pouco complicado e gera preconceitos alheios, difíceis de
reverter. Ou nem tanto. “O trabalho fala por si só”, marca Nico.
Ainda Gastón se abre e conta: “Acreditam que você é um mal-criado ou que
não sabe fazer nada. Me chama a atenção que depois te parabenizam
porque é profissional ou é sincero. Primeiro me conheça, e depois
verifique”.
Enquanto isso, Lali aceita o desafio assim: “É mais um desafio. Depende
de você poder reverter a situação. Não tem que se preocupar, mas seria
idiota de minha parte não me admitir de que os preconceitos existam. No
final lhes fecha a boca com o trabalho”.
“O juvenil é um pouco menosprezado, mas você sempre tem que demonstrar
quem é, vivê-la e jogá-la a fundo”, encerra Nico, que fala por todos
quanto pela bagagem e ofício: “A verdade? Não temos fronteiras”.
Imaginam que voltam dentro de um tempo com “caminhos muitos mais
recorridos”. E diferentes. Com mais ideias. Se há reunião dos Teens, vão
para adiante. “Por agora, não podemos deixar de agradecer por todos
estes anos de amor. Se cumpriu um ciclo, mas o de Córdoba foi uma festa.
Se voltamos não há por quê duvidar”, ficam de acordo.
Brincam de que voltem. O estádio está cheio com mais de cinco mil
garotas. A lista de temas marca que o último será No te digo adiós. No
back lhes dizem que faltam trinta segundos para sair em cena. As portas
estão abertas. A ovação fica pendente, mas congelada em suas entranhas.
Show must go on (o show tem que continuar).
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